Thursday, July 26, 2007

Sons de Verão.. tão frescos e revigorantes como comer um gelado na praia ao pôr-do-sol

lamentavelmente, durante parte deste ano, senti-me castrado no que diz respeito a propor-me e ser capaz de ouvir certas sonoridades. derrubadas as barreiras, com tempo entre as mãos e passando 4 dias no paraíso, tive oportunidade de escutar música, com a paciência, ansiedade e "open mind" necessários. assim e para alguns não serão novidades nenhumas (o autocarro passou por aqui um pouco tarde, o que é que eu hei-de fazer?), tenho em repeat (os meus colegas no escritório vão-se convertendo aos poucos.. só Beirut é que não; apelidam-no de "o tipo da gaita", por causa da faixa de introdução). aviso: a música é atípica ao som que tenho ouvido nos últimos anos. tem teclas!

Electrelane "No Shouts, No Calls". 4 míudas inglesas, depois de terem aprendido as lições do tio Steve Albini (ver notas nos textos sobre Big Black, Shellac...) em dois albuns anteriores, lembraram-se de gravar um album simplesmente fantástico. música "limpa", com influências dos sonic youth, neu!, sterolab, algum som indie canadiano. a construção musical passa por musicas bastante organicas, por vezes simplesmente vocalizadas, sem letras (Tram21), sons hipnóticos (Five) outras por aproximações rocker (between the wolf and the dog), com ritmos variados que vão ora harmonizando ora "stirring the waters" e .. bem.. escutem por favor. façam-se esse favor!! e sorriam, que é bem propício!!




Of Montreal "Hissing Fauna, Are You the Drestroyer?". a dor, proveniente de separações amorosas tem servido de pano para mangas, no que diz respeito a livros, canções (a palavra "canção" lembra-me os tony carreiras e ágatas desse mundo fora), etc.
Kevin Barnes, mais uma vítima do coração sentimentaloide, teve uma visão. talvez pela influência do fantástico colectivo Elephante 6 e na ressaca da tal separação, deitou cá para fora um disco 100% conceptual. disco esse, com momentos de fantástica sobriedade ou pura alucinação. aliás, alucinação provavelmente provocada pelos "Chemicals/Don't flatten my mind/Chemicals/Don't mess me up this time/Know you bait me/Way more than you should/ And it's just like you to hurt me when I'm feeling good/Come on, chemicals!/Come on, chemicals!"

"i'm so touched by your goodness
you make me feel so criminal
how do you keep it together?
i'm all, all unraveled
but'cha know
no matter where we are
we're always touching by underground wires"


a nao perder!

Bat for Lashes "Fur and Gold" - uma jovem de inglesa, de ascendencia paquistanesa,salta para a ribalta com uma voz por vezes triste e negra, soturna e dramática, acompanhada de música bastante bem elaborada, minimalista e organica qb. comparações inevitáveis a Chan Marshal, aka Cat Power ou Bjork, são facilmente identificáveis.


Mark Ronson lembrou-se de fazer um disco de "Versions", algumas mais recentes que outras. salta ao ouvido o "hold me" dos Smiths, cantado por Daniel Merriweather (ainda pensei que fosse o Nathaniel Merriweather aka Dan Nakamura..ohhhhh), desconstruído quase ao jeito de crooner, que contudo não é. ou o tema "just" original dos Radiohead,interpretado com algum groove. o melhor, escolho como sendo o tema cantado pela Lily Allen ("oh my God" dos kayser chiefs). gosto do sotaque londrino da miúda. e do timbre.


hão-de caír mais umas novidades.. a seu tempo...enjoy!

"Death Proof" ou "Great Balls of Fire"?



quando saí do cinema, vinha-me uma palavra à cabeça: "brutal"
cuidadosa produção, realização, caracterização, interpretações, banda sonora (podia ser melhor, "penso eu de que"..) e tudo o mais.
Tarentino já não faz filmes como antigamente, mas parece ter cada vez mais gozo e ser mais profissional no que faz. o risco é 100% controlado. junta-se o útil ao agradável e temos um grande filme.
palmas para Rosario Dawson (genial genial genial, como o vinho do Porto, qt mais velha,mais inspiradora fica), Vanessa Ferlito (no papel de Butterfly; já se tinha cruzado com Rosario Dawson no 25th Hour), Kurt Russel (admito...), Zoe Bell (never ask a Kiwi if she's an Aussie!!!) e Rose McGowan.
Muitos piscar de olhos a clássicos do cinema (reparei no agradecimento ao Roger Corman, que tem andado em passagem pela cinemateca e aqui pelo blog; acho que o agradecimento/homenagem durante o filme, ocorre quando perguntam ao Stuntman Mike se ele é Cowboy); muito de Frank Miller; de Roberto Rodriguez (TODA A GENTE SABE PORQUÊ!); a cena da lap dance, muito copiada do "From Dusk'Till Dawn", com uma Salma Hayek demoníaca (até havia duas "gémeas demoníacas" no cast; podem ser vistas junto ao espelho no bar onde decorre a lap dance); Eli Roth, o apadrinhado realizador do horrivel "Hostel" tem direito a um cameo; homenagem a Johnny Cash, num poster no bar "Cash Only").
agora só alta esperar pelo Planet Terror (afinal não foi só Portugal que rejeitou o formato Grindhouse "2 flicks". na Europa, optou-se pelo formato "1flick+1flick=$$$$$$ x 2"; temos pena. a ver vamos se conseguimos um dia ter a sessão dupla num cinema perto de nós).

deixo-vos com a feliz capa da Rolling Stone.

Wednesday, July 25, 2007

nestes ultimos dias, o blog foi a banhos...

e houve tempo de sobra para refletir.
para além, claro, do descanso, de nadar, um pouco de canoagem, snorkel ou apenas contemplar as estrelas.
o livro de companhia foi o "Pela Estrada Fora" de Jack Kerouac.
a banda sonora foi imensa. e falarei dela em breve...


Friday, July 20, 2007

"The Raven" by Roger Corman


Ora aqui está um post que peca por vir, quase quase, completamente fora de tempo.
resumidamente:
1. Ciclo Roger Corman na Cinemateca;
2. com passagem de filmes baseados nas obras de Edgar Allan Poe;
3. hoje, sexta-feira passa "o Corvo", peça fundamental na obra do escritor "maldito";
4. actores principais: Vincent Price, Peter Lorre, Boris Karloff e Jack Nicholson (que em 1963, pouco passava de um teenager);
5. Roger Corman auto parodia os seus próprios filmes, usando mtos dos lugares comuns de outros filmes seus. as personagens interpretadas por Peter Lorre (simplesmente genial) e de Price, excedem-se nos momentos de humor negro. Karloff, impávido e sereno, parece um abutre a pairar no ar;
6. a sequência do duelo dos mágicos, com os "raios" a sairem-lhes das mãos, inspirou George Lucas para "armar" o Imperador Palpatine no Star Wars.. só faltam os efeitos sonoros, mas em 1963, não se podia pedir mais.

"Once upon a midnight dreary, while I pondered weak and weary,
Over many a quaint and curious volume of forgotten lore,
While I nodded, nearly napping, suddenly there came a tapping,
As of some one gently rapping, rapping at my chamber door.
`'Tis some visitor,' I muttered, `tapping at my chamber door -
Only this, and nothing more.'"

(...)

"And the raven, never flitting, still is sitting, still is sitting
On the pallid bust of Pallas just above my chamber door;
And his eyes have all the seeming of a demon's that is dreaming,
And the lamp-light o'er him streaming throws his shadow on the floor;
And my soul from out that shadow that lies floating on the floor
Shall be lifted - nevermore!"



ps: nota de rodapé, para vos chamar a atenção à disco do Lou Reed "Raven" de 2003, sobre algumas das obras de Edgar Allan Poe. para este album conceptual, contou com a participação de famosos, que dariam para formar um Dream Team. Senão veja-se: Steve Buscemi, Laurie Anderson, William Dafoe (que declama o poema "the raven" de tal maneira, que só lhe ficam atrás uma Sandy Dillon ou Diamanda Gallas), David Bowie ou os Wild Boys of Alabama (num gospel do melhor!!).

Tuesday, July 17, 2007

El Saramago .. per supuesto que no me gusta lo que dices...


Primeiro vi em nota de rodapé. depois, como a coca-cola, entranhou-se-me a notícia que em entrevista ao Diario de Noticias, Saramago teria dito " que os portugueses só tinham a ganhar se Portugal fosse integrado na Espanha"(entrevista aqui).
Ora pois muito bem e em primeiro lugar, gostos literários à parte, fazia-me um bem enorme à alma, saber que este senhor tinha adoptado a pátria de nuestros hermanos como a sua. ao fim e ao cabo, se fosse futebolista, nos tempos antigos já o teria certamente feito. porque afinal, tudo o que vem de Espanha é bom e melhor. já um amigo meu também o diz. e também a ele lhe digo, porque nao te mudas tu, se é assim tão melhor?
Segundo, nem me passa pela cabeça alongar-me muito em relação a isto; porque os meus poucos cabelos ficam eriçados opiniões deste género, vindas de alguém da estirpe do Sr. José El Saramago. e porque não perco muito tempo com opiniões. este Sr. devia mudar de nacionalidade em silêncio. o silêncio, que por vezes é melhor que muitas das suas palavras.
recordo-me vagamente das suas espantosas opiniões sobre o comunismo, cuba, fidel e as figuras do império soviético. defender figuras como Lenine ou Estaline, hoje em dia e com o profundo conhecimento que temos da História, é de rir. ou de chorar, dirão alguns.
Terceiro, andam as regiões não autónomas espanholas em guerras internas com o governo central, para uma maior autonomia. as regiões autónomas, em guerra andam com o governo central, para uma maior independência cultural e económica. e nós, tuguinhas, vamos baixar as calças para esse mesmo governo central. bom, se alguém baixar as calças, certamente não serei eu! Vivesse Espanha em clima de harmonia social e económica, poderia aceitar e compreender isto como um desabafo. agora assim meus amigos, "só me apetece é ganir".
por isso, depois de não apreciar a escrita do Sr. El Saramago (não prometi não opinar sobre a escrita e por isso mesmo, sem ninguem pedir, aqui fica), doravante ganhará um lugar no pódio dos "opinion-makers-que-mais-valia-estarem-calados". e medalha de ouro, à frente das fatimas felgueiras, isaltinos morais e similares. o sr. El Saramago, se calhar não sabe, mas em Espanha também os há!

Tuesday, July 10, 2007

Islandia Jun07 - post #2

again, click a photo for a better view.
there are still some films to be developed so I guess there'll be an extra photo post in short term. maybe with some xtra goofy stuff.
hope you like it as much as I did.

short info on some pics:

* 3rd from bottom - old farmer's house
* 4th from bottom - overlooking the waterfall, can you spot a face?
* 6th from bottom - monkey businness!
* 6th from bottom - are you sure we should go straight?
* 7th ... - glacier lake; check the size of the small boat and guy on the left hand corner
* 3rd from top - Akranes fishing port
* 2nd from top - sign in Reykiavik
* 1st from top - sometimes I just feel myself like this guy





























all photos by myself

Monday, July 9, 2007

Mudhoney.. "grundge's grandpas"



pois que muito formigueiro me provocou saber da vinda dos Mudhoney a Lisboa. já nesta quarta-f. 11Jul. aquele tremor de ver uma banda que se acompanha ha anos.. ( e este ano tem corrido bem neste aspecto, senao veja-se: jesus and mary chain, NIN, beastie boys)

nascida em 1988, na cidade berço do que se veio a chamar movimento grundge, a banda de Mark Arm, com a sua habitual gritaria estridente qb para os nossos ouvidos, é considerada a primeira banda desse mesmo movimento, ainda antes dos pearl jam (com quem anteriormente fizeram uma split band -metade veio a tornar-se pearl jam; a outra os mudhoney) ou nirvana.

inicialmente formados em seattle por mark arm, steve turner, matt lukin e dan peters, conseguiram assinar com a sub-pop records e ter a produção do jack endino para o primeiro EP Superfuzz Bigmuff, contendo o primeiro hit de sempre no grundge, "Touch Me I'm Sick". posteriormente, sem ter uma produção de albuns prolífica como outras bandas, nunca se impuseram como os seus parceiros de cidade, provavelmente por nunca terem uma atitude mais comercial ou se terem envolvivo em escandalos de drogas, sexo e alcool.
anteriormente, Lukin tinha sido membro fundador dos Melvins.

"Touch me I'm Sick" - live


"Hate the Police" - live